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Os Perrengues da CCXP 2019



O maior evento Nerd do Brasil é um fenômeno de público e já está no radar internacional. Vou todo ano e já tenho parâmetro para comparar as atrações e painéis. Embora o hype seja alto e muita coisa emocionante aconteça, não posso deixar de registrar os perrengues que a gente também passa para aproveitar tudo isso aí.

O certo é que por aqui já estamos acostumados a ir de metrô e não pegar trânsito, portanto o ir e vir foi a parte mais tranquila. Agora, andar na feira tornou-se um desafio, principalmente se você estiver de mala e carregando mil coisas no pescoço como eu. Realmente, 280 mil pessoas é muito e seria bacana repensar.



O espaço foi rearranjado para comportar tudo isso, mas acabou prejudicando a quantidade de lojas e estandes na minha opinião. Faltou variedade e ainda assim não consegui andar sem trombar ou alguém pisar em mim. Quanto as lojas, estava difícil encontrar algo que eu sentisse que valesse a pena pegar fila para entrar. Isso mesmo, tinha fila só para entrar na loja. Por sorte achei uma Pernambucanas em que os preços estavam justos e a fila do caixa foi super-rápida.

As filas já são parte da CCXP, em razão disso muitos estandes se organizaram para criar app ou entregar pulseiras, evitando muita aglomeração. Por um lado, isso foi ótimo já que se você não tem pulseira já sabe que não irá entrar. Por outro lado, o app da Warner travou comigo todas as vezes e não consegui agendar nenhuma atração.



Já os estandes da Amazon contavam com atrações imersivas e interativas, o cabaré inclusive contava com atores que interagiam com a galera da fila, uma ótima ideia para os outros estandes. Fazer como nos parques da Disney ou Universal, a fila já pode ser uma atração em si. O ponto baixo é que para participar era necessário fazer cadastro e este estava travando demais, o que atrasava tudo e ainda por cima quando recebi o e-mail com minha participação, não havia vídeo nenhum. Todavia, uma vez que realizava o cadastro com uma pulseira, a mesma valia para todos os estandes.

Ainda falando das filas, o meu maior perrengue foi de sábado para domingo, quando tive que dormir na fila para os painéis da Netflix, HBO e Warner. De todos, esse foi até o mais tranquilo. Após a tensão da fila de sexta para sábado a organização do evento estruturou bem a fila de domingo e tudo correu tranquilamente, o perrengue fica por conta da falta de bebedouro (o que faz com que você compre água de uma Casa do Pão de Queijo no valor de R$6,00) e do chão gelado. Eu estava com duas mantas e blusa de frio, ainda assim senti frio. Algumas pessoas levam uns sofás infláveis e dormem maravilhosamente (fiquei com inveja e já estou pensando em investir em um).


Outro perrengue para quem vai passar a noite na fila é disputar uma tomada para carregar o celular, escovar os dentes etc. Mas tudo isso consegue ser burlado se feito na hora certa, de madrugada uma boa parte da galera dorme e aí é possível encontrar banheiros e uma tomada para dividir. O chato é quando você deita e o povo fica te pulando para andar pra lá e pra cá. A parte boa é fazer as amizades, perrengue aproxima pessoas.

A comida. Tudo bem caro, hambúrguer a R$45,00, uns pa~es de queijo a R$12,00 e um pão com salsicha seco a R$20,00. Uma piada, é certo que segue o valor de mercado, mas esse hot-dog (cuja foto mostra até mostarda e batata palha) é uma ofensa. Por isso levei comida e graças a Hershey’s Mais, enchi a bolsa de chocolate. Quem queria uma opção mais em conta, tinha uma lanchonete com hambúrguer de frango a R$22,00 e Cup Noodles.



O palco Creators é uma boa para descansar, mas às vezes dói o pescoço ficar olhando para cima e depois para sair dali você tem que saltar várias pessoas que estão sentadas no chão. Rola um desafio, quase um game de pular obstáculos sem acertar alguém com a mochila.

Consegui evitar algumas filas para o banheiro, usando um que estava escondido no acesso ao mezanino, mas até nesse em determinados momentos foi difícil.

Sinceramente, é nesses perrengues que dá vontade de desistir. Ficar horas e horas em uma fila para ver determinado painel e não conseguir é uma chateação, o preço do ingresso está cada ano mais caro e o público só aumenta. Até mesmo para enxergar o aquário onde o Omelete faz as entrevistas virou um teste de resistência para quem não quer ficar amassado na multidão.





Estou pensando nisso, mas daí me lembro dos painéis da Warner e como foi incrível e minha vontade de ir de novo já ressurge. O painel de Aves de Rapina foi lindo, todo rosa e azul, muito neon e muita cor, muita energia. O painel de Mulher Maravilha 1984 foi um estrondo e estou com o trailer na cabeça até agora.



A questão é que sem os perrengues a aventura não está completa, cabe a nós contorná-los para fazer a experiência melhor ainda. Ainda preciso exaltar aspectos positivos como libras no palco Creators, espaço família para quem vai com bebês, internet para o público e assim vai. E aí? Voltamos ano que vem?

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